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quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Incerteza aos 50


Durante anos após sua formação em Publicidade (pela UMESP), minha mãe foi uma secretária executiva bilíngüe, duas vezes ocupando o cargo de secretária de presidentes de grandes empresas no setor de peças automotivas.

No ano em que completou 24, na mesma profissão, deu de cara com o maior medo e obstáculo na vida de um profissional, o desemprego, e teve que pedir demissão para que fosse possível acompanhar o marido que acabava de ser admitido em uma empresa no estado do Rio Grande do Sul.

Depois de tanto tempo acostumada com a rotina, o salário mensal e todas as terapias ocupacionais que um emprego oferece por si só, ficou difícil encarar a realidade em que se encontrava. Aos 40 é difícil, mesmo que com ótimas referências, e esplendido currículo ser aceita como secretária. As principiantes e suas aparências conquistam as vagas quase sempre com louvor.

Além disso, existe a política do Q. I. (quem indica) que impera nos contatos e indicações para determinados cargos e, portanto cansada de tantas tentativas e entrevistas frustradas minha mãe resolveu se aposentar mesmo que antes da hora de forma que ao menos teria uma pequena renda mensal.

Várias mulheres passam pela mesma situação, relembrando todos os dias o passado bem sucedido e remunerado, chegando aos 50 sem grandes perspectivas e às vezes até depressivas por se considerarem inúteis, velhas e rejeitadas.

Um sistema muito preconceituoso e nada abrangente continua causando isso não só a ala feminina, mas também homens passam a sentir seus efeitos. Há muito que se mudar não? Desde que capacitados, todos merecem um emprego.

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